Ciências Afins

 

 

Index Home Page

T e u r g i a ( M a g i a )


Eliphas Levi

Dogma e Ritual da Alta Magia

A magia, que os antigos chamavam de Sanctum Regnum, o santo reino, ou reino de Deus, regnum Dei, só é feita para os reis e padres;
sois rei ? sois padre ?

O sacerdócio da magia não é um sacerdócio vulgar e a sua realeza nada tem a debater com os príncipes deste mundo. Os reis da Ciência são os padres da verdade, e o seu reino fica oculto para a multidão, como os seus sacrifícios e suas preces. Os reis da Ciência são os homens que conhecem a verdade e que a verdade tornou livres, conforme a promessa formal do mais poderoso dos iniciadores.

O homem que é escravo de suas paixões ou dos preconceitos deste mundo não poderia ser um iniciado; ele nunca se elevará, enquanto não se reformar; não poderia, pois, ser um adepto porque a palavra adepto significa aquele que se elevou por sua vontade e por suas obras...

Dogma (capítulo I)

 

 

Toda intenção que não se manifesta por atos é uma intenção vã,
e a palavra que a exprime é uma palavra ociosa.

É a ação que prova a vida, e é também a ação que prova e demonstra a vontade.

Por isto está escrito nos livros simbólicos e sagrados, que os homens serão julgados, não conforme seus pensamentos e suas idéias, mas sgundo suas obras.
Para ser é preciso fazer...

Ritual (capítulo I)

 

 



DUALIDADES - A Polarização Astral


Conheceis vós a velha soberana do mundo, que sempre caminha e nunca se cansa ?
Todas as paixões deregradas, todas as voluptuosidades egoístas, todas as forças desenfreadas da humanidade e todas as fraquezas tirânicas precedem a proprietárta avarenta do nosso vale de lágrimas, e, com a foice na mão, estas operárias infatigáveis fazem a eterna colheita.

A rainha é velha como o tempo, mas esconde o seu esqueleto sob os restos da beleza
das mulheres que ela rouba à sua juventude e aso seus amores.

A sua cabeça é coberta de cabelos frios que não lhe pertencem.Desde a cabeleirade Berenice, toda brilhante de estrelas, até os cabelos encanecidos precocemente que o algoz cortou da cabeça de Maria Antonieta, a espoliadora das frontes coroadas enfeitou-se com os despojos das rainhas.

O seu corpo pálido e gélido está coberto de enfeites desbotados e mortalhas de trapos. Suas mãos ósseas e cheias de anéis seguram diademas e ferros, cetros e ossos, pedrarias e cinzas.

Quando ela passa, as portas se abrem por sí mesmas; entra através das paredes; penetra até nas alcovas dos reis; vem surpreender os despojadores do pobre nas suas mais secretas orgias, assenta-se à sua mesa e lhes dá de beber, sorriaos seus cantos com seus dentes sem gengivas, e toma o lugar da cortezã impura
que se esconde sob as suas saias.

Gosta de andar junto dos voluptuosos que se adormecem; procura as carícias como se esperasse aquecer-se nos seus abraços, porém gela tudo o que toca e não se aquece nunca.
Todavia às vezes diríamos que está com vertigem; ela não passeia mais com lentidão,corre; e se os seus pés não são muito rápidos chicoteia as ancas de um cavalo pálidoe o lança todo estafado através das multidões. Com ela galopa o assassinato numcavalo russo, o incêndio estremecendo sua cabeleira de fumaça, voa diante dela,
movendo suas asas vermelhas e negras, e a fome e a peste a seguem passo a passo,em cavalos doentios e descranados, catando as raras espigas que ela esquece, paracompletar sua ceifa.

Depois deste cortejo fúnebre, vêm duas crianças irradiantes de sorriso e de vida,a inteligência e o amor do século futuro, o duplo gênio da humanidade que vai nascer.

Diante deles as sombras da morte recuam como a noite diante das estrêlas da aurora;
lavram a terra com ligeireza e semeiam nela, à mãos-cheias, a esperança de umoutro ano.

Porém a morte não virá mais, implacável e terrível, roçar, como mato sêco,as espigas maduras do século vindouro; ela cederá o lugar ao anjo do progresso que despreenderá suavemente as almas de sua cadeia mortal para deixá-las subir para Deus.

Quando os homens souberem viver, não morrerão mais, transformar-se-ão como acrisálida que torna uma borboleta brilhante.

Os terrores da morte são filhos de nossa ignorância, e a própria morte não é tão horrenda senão pelos restos de que se cobre e as côres sombrias com que se rodeiamsuas imagens.

A morte é verdadeiramente o trabalho da vida.

Existe na natureza uma força que não morre, e esta força trasnforma continuamente os sêres para os conservar. Ela é a razão ou o verbo da natureza.

Existe no homem também uma força análoga à da natureza, e esta força é a razão ou verbo do homem. O verbo do homem é a expressão da sua vontade dirigida pela razão.

Este verbo é onipotente quando é razoável, porque então é análogo ao próprio verbo de Deus.

Pelo verbo da sua razão, o homem faz-se conquistador da vida e pode triunfar a morte.

Os entes humanos que morrem sem ter entendido e sem ter formulado a palavra da razão,
morrem sem esperança eterna.

Para lutar com vantagem contra o fantasma da morte é preciso ter-se
o homem identificado com as realidades da vida !

Baphomet


top Index