Ciências Afins
|
C a b a l a ( tradição ) |
Sepher haZohar
O melhor caminho para entender todas estas questões seria considerar o objetivo final da ação, ou seja o propósito da criação. Pois é impossível compreender aquilo que ainda está sendo criado. Somente podemos entender algo que já está terminado ou completado.
É óbvio que aqui não estamos lidando com ações cometidas sem nenhum propósito, pois somente as mentes desbalanceadas atuam sem nenhum propósito.
E quando decidimos que o Criador Todo-Poderoso, em Sua suprema perfeição, é o artesão que projetou e criou nossos corpos, com todas as suas tendências, boas e más, então segue que nenhum trabalho imperfeito, máu ou incompleto jamais poderia sair das mãos deste artesão perfeito, pelo contrário, cada uma das peças do trabalho, será evidência, da alta qualidade do seu criador.
Uma idéia similar é relatada no Talmud (Ta'anit, 20): "Aconteceu que uma vêz o Rabi Eliezer, filho do Rabi Shimon, encontrou por acaso um homem que era extremamente feio... e disse: Como é feio este homem !... Ele então replicou: Vá e diga ao artesão que me criou: Como é feio este veículo que você fêz !."
O bom senso nos leva a entender o oposto do que é superficialmente aparente. Então devemos decidir que nós somos realmente criaturas tão boas e exaltadas, que não há limite para nossa importância, que é exatamente como o artesão nos criou.
Todas as imperfeições e defeitos que possamos pensar sobre nossos corpos, somente podem ser relacionadas ao Criador, que nos criou a todos, com nossas características inerentes. Está claro que é Ele quem nos fêz, e não nós mesmos, e que Ele também sabia das consequências que resultariam de todas as características e más tendencias que Ele implantou em nós.
Entretanto, quando dizemos que necessitamos olhar para o objetivo final da ação, é porque somente então seremos capazes de compreender tudo. Um conhecido provérbio nos diz que: "Nunca mostre a um tolo um trabalho imcompleto...".
Nossas sagas de memória sagrada nos ensinam que (Etz Hayyim, a seção sobre veículos, no início do primeiro capítulo), que Deus, bendito seja Ele, criou o mundo somente para dar prazer a aqueles a quem Ele criou. E é nesta direção que devemos concentrar nossa atenção: O propósito da Criação foi de dar muito prazer a aqueles que foram criados; segue que Ele criou dentro das Almas (Neshamot) uma grande medida de "vontade de receber"; pois a quantidade de prazer e alegria é medida pela quantidade de "vontade de recebe-los". Assim quanto maior a "vontade de receber" maior será o prazer de receber...
Isto nos leva à compreensão da segunda questão. O que não existia na essência do Todo-Poderoso, mas que poderia ser chamado de completamente "novo" que foi criado a partir de algo não existente ? A "vontade de receber", criada dentro das Almas, é este algo novo, que não estava contida na essência do Todo Poderoso. Este é o Pensamento da Criação, cujo propósito é dar alegria aqueles que Ele criou, gerada a partir da necessidade da "vontade de receber" Dele, todo o bem e prazer que ele imaginou para eles.
Além disso, está claro que de acordo com este Pensamento da Criação, não havia necessidade de criar nada mais do que esta "vontade de receber", pois esta nova criação era o meio suficiente, através do qual o Todo Poderoso poderia completar todo o Pensamento da Criação que era nos dar alegria.